Capítulo 2.

Continuação:

-Vou te levar até o seu quarto, antes que a diretora acorde.

-É, não seria legal ter que explicar meu momento psicótico para ela.

-Verdade.

Ele me segurou no colo e me levou até o quarto.

-Obrigada, mais uma vez.

-Não foi nada, mais uma vez. -Ele riu.

Senti algo passar por mim. Vi uma sombra parada na minha frente, tremulando. Grande demais para ser uma mulher. Ele empurrou Eric, nos fazendo cair no chão. Me arrastava pelo corredor puxando meu cabelo. Tentei gritar, mas o sequestrador apontou uma faca na minha direção. Eu me afastava cada vez mais do quarto.

-Charlotte... É melhor ficar quieta, ou irá gritar. Mas dessa vez, de dor.

Acordei de cabeça para baixo, com os pés acorrentados ao teto. Estava escuro, não consegui ver nada além de uma escada. Ela levava até uma porta. Tentei me balançar, e isso só piorou as coisas. Ouvi passos lá em cima. Não sabia em qual das milhares de salas do internato eu estava. Só me lembro de cair no chão e ser arrastada por algo. Ou alguém. A porta se abriu. Um homem descia as escadas segurando uma câmera.

-Olha só quem acordou...

-Quem é você?

-Não grite, querida Charlotte.

-Como você sabe o meu nome?

-Não interessa agora.

-Cadê o Eric?

-Aquele seu namoradinho deve estar acordando agora. Espero que ele não perca o show...

-O que você quer? -eu gritava.

-Eu te avisei para parar de gritar! Agora, que tal fazermos um filminho...
Ele colocou uma fita adesiva na minha boca. Acorrentou meus braços, e montou a câmera.
-Charlotte... -ele me segurava pela garganta.

-Solta ela, agora!

-Eric!

Era ele, descendo as escadas correndo. Deu um soco no sequestrador. E não parava mais.

-Eric! Cuidado, ele tem uma faca!

Apenas tirou a faca da mão do homem, a atirou longe e continuou batendo no cara misterioso, que saiu correndo.

-Isso não vai ficar assim... Em breve nos veremos de novo... -gritou antes de sair do internato correndo.

-Eric, Eric... -eu repetia.

-Eu estou aqui... Char.
Ele me soltou das cordas e me sentou no chão, ao seu lado.

-Meu deus, aquele cara... se você não tivesse chegado, eu... eu, meu deus, eu...

-Vai ficar tudo bem.. eu estou aqui.

Eu o abracei o mais forte que podia. Queria ter certeza que ele estava ali. Ele salvou a minha vida, de algo inexplicável. Quem era aquele homem? E como ele me conhecia?

-Eu vou te proteger. Eu, eu prometo.

-Não sei como te agradecer...

-Que tal, aceitando ser minha namorada? -ele riu. -Desculpa.

-Bom... eu aceito.

-É sério?

-Sim, eu falei sério.

-Eu te amo, Charlotte.

-Eu também.